“Não sei se as pessoas choram de forma diferente umas das outras,eu choro contraída,como se alguém estivesse perfurando minha alma com uma lâmina enferrujada,choro como quem implora,pare,não posso mais suportar,mas o insuportável é uma medida que nunca tem limite,eu chorei no domingo,na segunda,na terça ,em várias partes do dia e da noite,um choro de quem pede clemência,de quem está sendo confrontado com a morte,eu estava abandonando uma vida que não teria mais,eu sofria minha própria despedida,morte e parto,eu tinha que renascer e não queria,não quero.(...)Você alguma vez chorou por mim,você sofre a minha ausência,sente a minha falta?Estar sozinha nesta aflição me condói de mim mesma,é o labirinto do inferno,não há saída,não há saída,você não está me esperando lá fora,nem hoje ,nem amanhã.(...)Veja,já estou enxugando as lágrimas,procurando meu celular para fazer uma ligação qualquer,esses compromissos que a gente inventa para fingir que a vida continua. Marquei hora no cabeleireiro sem ter motivo algum pra ficar bonita.” (Martha Medeiros)
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"Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim". CFA