Minha vista cansa toda vez que penso em escrever sobre você. Meus dedos enrijecem e os pensamentos parecem não querer fluir. Fomos e somos um tanto complicados. Nosso passado não nos deu base para o presente e estou fraca demais para reconstruir planos. Você fala de amor sem sabê-lo exatamente e estou prestes a te dizer que não, você não sabe o que é o amor, entre nós dois há, na verdade, um sentimento indefinido, inexplicável e intenso. Intenso como nós. Intenso como todos os momentos que vivemos.
Não me abrace agora, eu preciso tirar do peito o que sufoca a garganta. Eu preciso gritar para amenizar toda a bagunça residente em mim desde a última vez que nos encontramos. Não consigo te olhar com os mesmos olhos de menina de 3 anos atrás. Eu mudei, você mudou, de formas diferentes mas mudamos. De repente nada mais é o que gostaríamos que realmente fosse e o tempo acaba levando parte de nossos sonhos e fé.
Não me venha com discursos clichês, já passei dessa fase de acreditar em palavras bonitas e aparentemente verdadeiras sem realmente as serem. Gosto de transparências, elas não falham. Desculpe minha posição exigente e um tanto egoísta, é que as circunstâncias, nesse caso, me fizeram assim.
Torço para que o vento nos traga coisas excepcionalmente boas, e que em uma tarde de um verão qualquer ainda possamos ver aquele por do sol com abraços sinceros e doces sorrisos. Porque sim, eu sei que é possível.