02 julho, 2013

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Talvez seja esse o problema. Uma vida sem manhãs. Estranho é que não escolhi. Não consigo precisar o momento em que escolhi. Nem isso, nem qualquer outra coisa, nem nada. Foram me arrastando. Não houve aquele momento em que você pode decidir se vai em frente, se volta atrás, se vira à esquerda ou à direita. Se houve, eu não lembro. Tenho a impressão de que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito. Sem se importarem se eu não queria mais ir. Agora olho em volta e não tenho certeza se gostaria mesmo de estar aqui.
(Caio Fernando Abreu)


13 maio, 2013

O que alimenta a alma

Olá pessoal, hoje eu queria aproveitar o post para dizer que estou me agradando bastante da ideia que muitos blogs estão tendo de resenhar livros. É a oportunidade de compartilhar comentários e emoções sobre algo que você também já leu e principalmente, conhecer uma história que você não conhece. Como há um mês comprei livros novos, também não quero deixar passar a oportunidade de compartilhar minhas resenhas-opiniões sobre eles. 


Eu já estou quase terminando de ler 'As vantagens de ser invisível' e logo, logo farei meus comentários a seu respeito.

Alguém já leu, pretende ler, tem alguma sugestão ou crítica sobre algum deles? Sintam-se à vontade.
Beijos.

05 maio, 2013


Andei amando loucamente, como há muito tempo não acontecia. De repente a coisa começou a desacontecer. Bebi, chorei, ouvi Maria Bethânia, fumei demais, tive insônia e excesso de sono, falta de apetite e apetite em excesso, vaguei pelas madrugadas, escrevi poemas (juro). Agora está passando: um band-aid no coração, um sorriso nos lábios – e tudo bem. Ou: que se há de fazer.

(Caio Fernando Abreu)

17 abril, 2013

Inabilidades

E olhar para o tempo com um novo olhar. Sair por aí com roupa leve e cabelos soltos. Sentir a chuva que aos poucos começa a cair e não correr pra se abrigar porque hoje vai fazer bem tomar banho de chuva, pra lavar a alma, pra levar pensamentos que não fazem mais sentido. Estou começando a não mais me precipitar, a não mais fazer planos, a não mais te dar chances, a tentar esquecer nossas músicas que falam de amor, e beijos, e desejos, e. 
Lembro de ter lido em algum lugar que quem ama, cuida. E eu não estou mais cuidando de mim e não tenho mais forças pra cuidar de você. E nem você de mim, muito menos de nós. Não é fácil costurar uma relação, ou se é, pelo menos não tenho habilidades. Não sei me adequar a coração desajeitado.


25 março, 2013


Entra pra ver como você deixou o lugar
E o tempo que levou pra arrumar aquela gaveta
Entra pra ver, mas tira o sapato pra entrar
Cuidado que eu mudei de lugar algumas certezas. 
(Cícero)

05 março, 2013

Meme 11 Things


Olá galera, nunca fui muito de memes mas a querida Delmara, dona do blog Sou Bibliófila, me indicou para participar do Meme 11 Things, em que o objetivo é: a) Escrever 11 coisas sobre mim; b) Responder 11 perguntas que ela propôs; c) Fazer 11 perguntas para os próximos blogs; d) Indicar 11 blogs. Bom, aí vou eu.

11 coisas sobre mim:
- Vou dispensar esse tópico porque já tem muito mais que 11 coisas na aba Uma parte de mim do meu próprio blog. Só dar uma conferida. :)

Responder as 11 perguntas da Delmara:
1-Qual seu blog preferido?
 Tenho váaarios, gosto muito do Eu sou meiga, porra. e do Nova Perspectiva.
2-Como seria um dia perfeito pra você? 
Com sol, praia, água de coco e um amor. 
3-Frase favorita? 
Infelicidade é uma questão de prefixo. (Guimarães Rosa)
4-Qual sua média de leitura? 
Ultimamente não tive muito tempo para ler, a não ser os livros que me serviram para a monografia. E foram uns 3 por mês.
5-Livro favorito
Fora de mim - Martha Medeiros
6-Livro ou filme?
Depende do livro ou do filme. 
7-Uma música
Último Romance - Los Hermanos
8-Livro ou filme que te fez chorar
Livro: Os Miseráveis - Victor Hugo;  Filme: Um amor pra recordar (quem nunca? rs)
9-Um lugar lindo que você foi ou deseja ir.
Canoa Quebrada - Ceará (Já fui e pretendo ir novamente).
10-O que você gosta de fazer nas horas vagas? 
Ler, escrever e ouvir uma boa música.
11-Metas para o blog.
Em breve, novidades. :)

Minhas 11 perguntas:
1. Como criou o blog?
2. Música que te faz lembrar um amor?
3. Livro que pretende ler?
4. Qual seu hobbie?
5. Artista favorito?
6. Um lugar inesquecível?
7. Uma pessoa que te faz bem?
8. Uma boa lembrança da infância?
9. Um filme que faz parte da sua vida?
10. Qual seu maior sonho?
11. O que te faz sorrir?

Indico estes 11 blogs para participarem do Meme:

Não esqueçam de comentar aqui dizendo se estão participando do Meme e deixem o link para que eu possa visitá-los e comentar. Vai ser um prazer conhecer um pouquinho mais de cada um. 

Beijos. :*

01 março, 2013

Aquilo que não quero ouvir (mas, ver).


Você sabe que precisa de bebidas mais fortes quando a mente tenta esquecer o que o coração insiste em lembrar. Tá, eu sei que o coração não lembra de nada e que o único que possui essa função é justamente aquela que eu quero que faça o contrário, e eu só estou usando essa linguagem altamente figurada pra dizer que todo o meu problema tem a ver mesmo é com o coração.
Penso em ir a um bar (por que não?!?) e pedir uma Vodka bem forte, daquelas que você toma e faz um esforço gigantesco para conseguir engolir, mas são apenas 14:00 h e não quero que pensem, de forma alguma, que sou mais uma AA que anda solta por aí. Então decido ir na cafeteria mais próxima, que não é tão próxima assim e eu precisaria, no mínimo, me preparar físico e psicologicamente para caminhar uns metros a mais do que estou andando nas últimas semanas. Logo desisto porque lembro que nem gosto tanto assim de café e a última coisa que eu quero agora é me manter acordada por causa de um efeitozinho provocado pela cafeína.
Decido ficar em casa mesmo, tomar no máximo, um milk-shake de baunilha, deitar no sofá cor-de-rosa da varanda e claro, como não poderia deixar de ser, pensar em nós dois. Imagino que se fôssemos um casal normal, digo tranquilo, sem confusões, sem neuroses, sem desconfianças e coisas afins, seríamos mais felizes. Porque na teoria todos acham legal dizer que felicidade vem de dentro e tal, mas na prática sabemos que felicidade depende muito mais do quesito amor do que se supõe. E de suposições estou farta. Estou farta também de promessas, as suas, que nunca são cumpridas, e também de todas as vezes que prometemos que será diferente, mas nada muda de lugar, começando pelas nossas ideias que são quase sempre imutáveis.
Sonho baixinho (porque já cansei de sonhar alto e levar tombos inesperados) que um dia possamos nos entender, e só quero, não porque hoje é o primeiro dia do mês e nem porque é sexta-feira (que geralmente cria em mim uma expectativa viva e imensa) que estou encorajando minhas palavras-desabafo-revolta-interna, mas é que hoje, pelo menos hoje, eu queria que você parasse de dizer que me ama e partisse para o plano de me provar com atitudes que isto é verdade. Porque, definitivamente, ainda não sou (e nem pretendo ser) do tipo de mulher que se conforma apenas com palavras (ao vento). 

19 fevereiro, 2013

Bem assim.

Me abrace, me beije, me cheire, me ame, mas não me peça pra tornar sério aquilo que, para mim, ainda não é. E não porque eu não quero que seja, mas porque nós ainda não nos demos razões suficientes para que assim se torne. Deixa que o tempo se encarrega de trazer o que for bom pra nós, e se não trouxer é porque não era pra ser. Paciência, pois.

18 janeiro, 2013

Sentimento sem nome


Queria ter o poder de pegar todas as lembranças que ainda me restam de você, colocar em uma gaveta e passar o cadeado. Não jogaria a chave fora mas guardaria em algum lugar não muito comum, de forma que eu nem lembrasse que ela existe. Os sentimentos seriam bem mais fáceis de lidar se tivéssemos o domínio sobre eles. Estou tão cansada dessa rotina de ilusão, em que se acredita em amores verdadeiros que não passam de paixõezinhas de esquina. Fico pensando se o problema está em mim que sempre acabo me entregando demais, me dando de bandeja toda vez que você cansa dos ares do mundo e volta para os meus abraços como se nada estivesse acontecido. E nada mesmo acontece, eu estou sempre aqui, não a te esperar, mas a te receber com sorrisos, e batom, e perfumes, e carismas, e beijos, e esperanças, e. 
Mas aí sempre chega o momento em que você, mesmo sem intenção, parte os últimos cacos que ainda restam do meu coração e desmorona todas as minhas possibilidades de ser feliz outra vez, então te mando embora pois reconheço que, como na metafísica, nós possuímos o princípio da impenetrabilidade em que eu não posso ocupar o seu espaço ao mesmo tempo que você ocupa o meu. E isso dura até que o ciclo volte novamente à tona e tudo recomece outra vez. Até hoje não sei se é amor, ou paixão, ou desejo, ou apego, ou loucura, ou algum tipo de consideração que temos um pelo outro porque sempre resta alguma coisa inacabada, sempre falta um pedaço do quebra-cabeça em que não conseguimos encaixar, sempre falta a nota da música que não entra em sincronia, sempre falta algo que conspire a nosso favor. A verdade é que não sei dar nome a esse sentimento que nos envolve e nos tormenta, nos aproxima e nos afasta. Mas a maior verdade é que preciso ser mais forte que eu, mais forte que a dor-saudade-carência pra poder dar o ponto final de um parágrafo que há tempos perdeu-se em uma página qualquer. Só assim me convenço que nossa história não passou de um conto de fadas com a ausência de um final feliz.