Você sabe que precisa de bebidas mais fortes quando a mente tenta esquecer o que o
coração insiste em lembrar. Tá, eu sei que o coração não lembra de nada e que o único que possui essa função é justamente aquela que eu quero que faça o contrário, e eu só estou usando essa linguagem altamente figurada pra dizer que todo o meu problema tem a ver mesmo é com o coração.
Penso em ir a um bar (por que não?!?) e pedir uma Vodka bem forte, daquelas que você toma e faz um esforço gigantesco para conseguir engolir, mas são apenas 14:00 h e não quero que pensem, de forma alguma, que sou mais uma AA que anda solta por aí. Então decido ir na cafeteria mais próxima, que não é tão próxima assim e eu precisaria, no mínimo, me preparar físico e psicologicamente para caminhar uns metros a mais do que estou andando nas últimas semanas. Logo desisto porque lembro que nem gosto tanto assim de café e a última coisa que eu quero agora é me manter acordada por causa de um efeitozinho provocado pela cafeína.
Decido ficar em casa mesmo, tomar no máximo, um milk-shake de baunilha, deitar no sofá cor-de-rosa da varanda e claro, como não poderia deixar de ser, pensar em nós dois. Imagino que se fôssemos um casal normal, digo tranquilo, sem confusões, sem neuroses, sem desconfianças e coisas afins, seríamos mais felizes. Porque na teoria todos acham legal dizer que felicidade vem de dentro e tal, mas na prática sabemos que felicidade depende muito mais do quesito amor do que se supõe. E de suposições estou farta. Estou farta também de promessas, as suas, que nunca são cumpridas, e também de todas as vezes que prometemos que será diferente, mas nada muda de lugar, começando pelas nossas ideias que são quase sempre imutáveis.
Sonho baixinho (porque já cansei de sonhar alto e levar tombos inesperados) que um dia possamos nos entender, e só quero, não porque hoje é o primeiro dia do mês e nem porque é sexta-feira (que geralmente cria em mim uma expectativa viva e imensa) que estou encorajando minhas palavras-desabafo-revolta-interna, mas é que hoje, pelo menos hoje, eu queria que você parasse de dizer que me ama e partisse para o plano de me provar com atitudes que isto é verdade. Porque, definitivamente, ainda não sou (e nem pretendo ser) do tipo de mulher que se conforma apenas com palavras (ao vento).