28 dezembro, 2011

Chá de Boldo

E eu nem gosto de chá, mas resolvi agora fazer um bem quente para tranquilizar essa inquietude que você provocou em mim. Também nem sei se serve pra acalmar, mas boldo eram as únicas folhas que ainda restavam por aqui.
A verdade é que o problema poderia estar em você que está tão apegado a mim. Ou poderia estar em mim, que acho que não quero me apegar a você mas não tenho certeza. E toda vez que acho que estou centrada, de pés no chão mesmo, sabe, sem medo, sem dúvidas, sem fraquezas, acontece algo que me tira do controle e lá vou eu me perder por um caminho que já deveria saber de cor. DE-VE-RI-A. Mas não, você insiste em me desequilibrar.
Você adora me rebater, me contrariar, me corrigir, me culpar e até mesmo me julgar, mas eu geralmente não ligo, se sei que estou certa. Mas é quando você resolve, do nada, silenciar, sumir, desaparecer, se perder de mim é que eu acho que estou errada. É aí que tenho medo de te perder e não tenho certeza de que jeito te quero, mas com certeza não é longe de mim.
Eu já estou na quarta xícara e, se eu for contar, já estou também por volta da 15ª ligação. Agora na 16ª. Ligo, ligo, ligo. Pronto, 30ª e vou ficando por aqui. Se foi de propósito para eu sentir sua falta, tudo bem, já pode aparecer.
E eu, nas condições em que me encontro, seria capaz de ter mais uma das minhas crises freneticamente nervosas, se não fosse esse chá de boldo que, no mínimo, me fez distrair.

26 dezembro, 2011


Eu só queria te dar um abraço daqueles bem apertados. Para que você nunca mais tivesse vontade de ir embora e parasse com esse fingimento de que não tem boas razões pra ficar.
E se por um acaso você decidisse não mais fingir, eu ainda queria ser a primeira pessoa que passasse pelo seu pensamento. Mas se por um acaso maior não seja a mim quem você vislumbre, eu resistirei em me deixar doer.
E eu sei que não sou tão forte quanto aparento ser, mas também não sou fraca a ponto de conscientemente me deixar ferir. Todas as feridas que trago comigo foram involuntárias.

25 dezembro, 2011

O problema de nós, mulheres, é que idealizamos demais. O cara dá um simples 'boa noite' e a gente já acha que ele está nos paquerando. Quando vira amizade, a gente acha que ele já está com a intenção de namorar. Se porventura virar namoro, a gente já pensa em casamento, casa, filhos. Se algum dia vira casamento, a gente acha que vai ser eterno. E se por acaso nada disso acontecer, a gente só falta morrer.
E volto ao princípio: se ele deu um 'boa noite', é apenas um 'boa noite'. E assim com tudo que ele disser.
Então vamos parar de ver coisas onde não tem e deixar de sonhar demais. Até porque sonho muito doce, ficou pra pão e doce de leite, aquele mesmo de padaria.

19 dezembro, 2011

"Este ano...

... quero paz no meu coração, quem quiser ter um amigo que me dê a mão."

Chegamos ao fim de mais um ano, mas ainda lembro como se fosse ontem todos os planos que eu havia feito para 2011. Alguns eu consegui concretizar, mas outros ainda ficaram bem longe.
E eu não queria resumir aqui minha trajetória, mas seria impossível não mencionar que 2011 foi um ano difícil.
Borrei a maquiagem com lágrimas, e mesmo sem maquiagem, chorei muito também. Chorei pela faculdade, pelo emprego, por um amor. Eu tive que engolir 'nãos', sofrer perdas, esquecer mágoas, superar crises e ainda assim levantar do chão e tentar dar a volta por cima. Eu não consegui cumprir a promessa de ser menos orgulhosa, egoísta, ciumenta e impaciente. Eu, ao contrário de muitas, sou capaz de confessar quais são os defeitos que me tornam complicada. Não que isso aliviasse minha culpa, até porque se fosse assim eu já estaria isenta de falhas. Eu também não deixei de ser uma compradora compulsiva, não passei mais de 6 meses na academia, nem fiz cauterização de 15 em 15 dias. Mas eu viajei no carnaval, consegui ter mais paciência com meus alunos, comecei a curtir sertanejo, assisti filmes de ação, e até saí pra assistir jogo de futebol. Então digamos que eu pude desfrutar ainda de alguns bons momentos que este ano guardou lá no fundo daquela pequena gaveta da parte de baixo do armário que a gente quase nunca abre. E que a gente por curiosidade e sorte acaba encontrando alguma coisinha boa perdida lá dentro.

Dessa vez não quero exagerar nos planos, mas seria impossível não fazê-los. Então aí vai a lista com os cinco primeiros.

1. Aprender a tocar violão( e comprar um).
Eu sempre quis tocar violão, sou apaixonada por músicas acústicas e acho que já passou da hora de realizar esse sonho. As primeiras músicas que vou tocar são: Porta Aberta, de Luka; Sem Radar, de LS Jack; E I'm With You, da Avril Lavigne.

2. Viajar para algum lugar longe.
Eu nunca fui muito de viajar, mas falta de vontade nunca foi. Meu sonho é conhecer Salvador e depois Nova York, mas como havia dito que não quero exagerar, então me conformo com qualquer lugar longe, sendo bonito e aconchegante.
3. Escrever um livro.
Eu até já tenho algumas crônicas que farão parte dele. Mas eu preciso de mais, muito mais. Então já que curso Letras, seria bom unir o útil ao agradável, não?!?


4. Cursar uma outra graduação.
Não que não tenha gostado do meu curso de Letras, claro que gostei, mas sabe quando você pensa assim 'Ainda não é isso que eu quero' ou ' Não quero ficar só nisso a vida toda' ?!? Pois é, estas são as razões que me levaram a esse quarto tópico.


5. Ser mais sensata, altruísta e paciente.
Mais uma vez estou eu prometendo ter as mesmas qualidades que faço o maior esforço de sempre para conseguir. E espero que este ano que vem vá muito além do esforço. Amém.


Que venha 2012 com tudo do bom e do melhor com Deus, paz, amor e muita luz. E como já cantava 'The Fevers' :

"Marcas do que se foi, sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce, novo em cada amanhecer..."

13 dezembro, 2011

E nem vem que não tem, que eu já conheço essa historinha de chove-não-molha, de vai e volta e toma-la-dá-cá. Portanto querido vai logo dando meia volta que a mim, rá, você não engana mais.

07 dezembro, 2011

Uma tarde qualquer

Encontraram-se os dois.
Ela entrou no carro e se limitou a dizer apenas um 'Oi, como vão as coisas?!?'. E ele, enquanto bebia uma cerveja e parecia um pouco mais distraído limitou-se a responder 'Pois é, vão bem' . E ficaram mudos. Um bom tempo mudos. Quem os visse assim não dizia que já se conheciam há anos. Na verdade o que parecia mesmo ali é que um não conhecia mais o outro há um bocado de anos atrás, o que de fato não era verdade.
Resolveram parar na praia e naquele momento ela já não tinha cabeça pra pensar em mais nada a não ser se perguntar o que viera fazer ali.
- Eu gosto de você. - Ele disse a interrompendo nos seus pensamentos.
- Eu também gosto de você. - Ela respondeu sem saber ao certo se falou só para concordar ou se realmente havia algum sentido nisto.
E começaram a conversar. Depois cantaram, dançaram e sorriram enquanto o sol e as ondas formavam o cenário perfeito para aquela tarde de verão e, portanto, de muito calor.
- Olha - ela disse - se não fosse nossos gênios absurdamente parecidos, nossos desentendimentos, e nossas vidas complicadas, posso garantir que não teríamos nos separado naquele dia e que seja lá qual fosse a circunstância que tivéssemos vivido, seríamos fortes e capazes o suficiente para enfrentarmos. O problema da gente é que somos espantosamente semelhantes.
- Eu nunca pensei que tantos pontos em comum pudessem levar duas pessoas a caminhos tão diferentes. - Ele responde meio atônito.
- Peças que a vida nos prega.
- Eu não sei você mas eu ainda queria...
- NÃO. Não diga nada.Vamos dessa vez deixar as coisas acontecerem naturalmente, eu prefiro que seja assim.
Ele a deu um singelo beijo e este parece que foi o motivo que ela precisava pra desabar. Mas nem era de tristeza, era algo que nem mesmo ela, naquele momento, conseguiria explicar.

E aquela tarde que era pra ser só mais uma normal, banal, qualquer entre tantas outras, foi apenas um começo de um recomeço que nem um dos dois saberia onde ia parar. E também no fundo acho que nem queriam saber.
Que continuassem então.