12 novembro, 2012

Lembranças embaraçadas


Abri meu livro preferido, o que você me deu. Ele estava lá na estante escondido para que eu evitasse lembrar você, mas não sei por que hoje foi inevitável. Aperto-o contra meu peito com uma força desigual, como se fosse um abraço que desejaria te dar e quase sem me tocar que as lágrimas escorrem pelo meu rosto, começo a lembrar de nós. Queria poder dizer que sinto tua falta e te levar para caminhar na areia da praia e você me perguntaria por que praia e eu responderia que praia é um lugar bonito e sossegado, combinaria com a gente. Mas eu sequer tenho coragem de pegar o telefone e perguntar qualquer coisa boba, ou se você está bem, ou qualquer outra desculpa que eu inventaria para ouvir a tua voz. Covarde demais eu sou, tanto que não tive coragem de enfrentar meu próprio orgulho para dar chance ao amor que crescia entre nós. Tanto que, se me arrependi, nunca tive coragem de pedir perdão. 
Hoje você anda por caminhos que só te levam pra longe de mim, porque eu, eu mesma peguei sua mão e te levei pra esse caminho achando que estava me protegendo, me guardando de sentimentos que não suportaria sentir. Você simplesmente obedeceu.
Anoiteceu e ainda estou aqui, sufocada em lembranças e passados que permanecem vivos como se fossem flores mal regadas que insistem em crescer. E tão logo murcham.
Volto a esconder meu livro, lembrar você ultimamente não anda me fazendo bem. Um dia, quem sabe, eu possa te olhar novamente nos olhos e sorrir como antes.

8 comentários:

  1. Teu blog é lindo de fofo e uma gracinha de bonito *-* dá vontade de te abraçar e te morder!! :B

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  2. Oi amiga, seu blog continua um encanto, parabéns!
    Tenha ma ótima semana, bjs!

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  3. Oi, Emanuelle, boa noite!!
    Esse trecho maravilhoso, com toda a aparência de bastante e profundamente pessoal traz verdades para meditarmos.
    O ser humano tem suas idiossincrasias curiosíssimas. Ele sabe lamentar mas não fica nunca claro que ele queira mudar os fatos, de como são para como diz que gostaria que fossem. Ele abre a mão para o que tem na mão, e depois quer reter a água do sentimento perdido entre os dedos. Ele pode tomar uma decisão que o exponha, mas que carrega em si grandes esperanças ou mesmo possibilidades de mudança, mas prefere acomodar-se em ter perdido o que é inesquecível, pois é melhor ter perdido por um erro seu que ouvir um "não" que não é seu...
    Quem dera, soubéssemos viver! Quem dera tivéssemos amor a esse minuto presente! Quem dera, disséssemos: se errei, vou tentar rever, e se não for possível, ao menos terei aprendido a lição para não errar novamente! Quem dera, avaliássemos melhor o que está em nossas mãos! Quem dera, se abríssemos nosso livro preferido porque quem nos deu é quem amamos agora, e não quem descobrimos que amamos tardiamente, e em que na primeira página estivesse escrito "eu sempre serei teu (ou tua)" e com o sorriso incomparavelmente belo de felicidade sussurrássemos baixinho para o livro "e eu eternamente tua (ou teu)"!
    Um beijo carinhoso
    Doces sonhos
    Lello

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  4. Infelizmente o medo nos faz perder coisas lindas, como o amor. Deixa o medo de tentar de novo, de ligar, de se ver pra lá e vai viver; girl!

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  5. Oi Manu, lindo post, adorei.
    Vim lhe desejar uma ótima semana, bjs, com carinho, Arione

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  6. Ahh o passado, orgulho, saudade. Tão difíceis de lidar, de conviver, mas infelizmente pra muitas pessoas (não escapo) são sentimentos quase cotidianos. Mas sempre tenha em mente que tudo é uma fase, e leve tal experiência como uma lembrança boa -embora dolorida- e um aprendizado. Só o tempo pode curar as feridas que o passado criou, o orgulho aumentou e a saudade constantemente não te deixa esquecer.
    Belo texto!
    Beijos,b.

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  7. Oi Manu, vim lhe desejar uma linda semana, bjs!

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  8. Ah, o que seria de mim sem esses doces carinhos de vocês. Obrigada! Mesmo. :*

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"Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim". CFA