20 março, 2011

"Quando começam as pontadas, fico paralisada de medo, raios-X dos meus devaneios,
motivos de sobra pra doer, a febre aumenta a cada emoção, as batidas aceleram ao ouvir teu sono, sei que dormes enquanto agonizo, eu te odeio na escuridão, eu sei é impossível sofrer a dois.De nada adiantaria tua preocupação,minha hora chega lentamente,e eu não pretendo te acordar,pra não te ver branco e sem voz,a me dizer adeus,eu não durmo, aterrorizada,porque a danada vem me buscar esta noite.
Eu espero, lingerie e lágrima,convulsão e testa suada,cabelos molhados, encharcados, pavor,são 4:20 da madrugada escolhida,hoje ela vem, hoje eu sei que vou,mas sem despertá-lo para o pesadelo,em que estou,é hora agora,o arrepio chega mansinho, meu corpo esparrama e na cama me vem a definitiva surdez...
Quinze pras oito da manhã.
Ainda não foi dessa vez !"
(Martha Medeiros)


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