12 novembro, 2012

Lembranças embaraçadas


Abri meu livro preferido, o que você me deu. Ele estava lá na estante escondido para que eu evitasse lembrar você, mas não sei por que hoje foi inevitável. Aperto-o contra meu peito com uma força desigual, como se fosse um abraço que desejaria te dar e quase sem me tocar que as lágrimas escorrem pelo meu rosto, começo a lembrar de nós. Queria poder dizer que sinto tua falta e te levar para caminhar na areia da praia e você me perguntaria por que praia e eu responderia que praia é um lugar bonito e sossegado, combinaria com a gente. Mas eu sequer tenho coragem de pegar o telefone e perguntar qualquer coisa boba, ou se você está bem, ou qualquer outra desculpa que eu inventaria para ouvir a tua voz. Covarde demais eu sou, tanto que não tive coragem de enfrentar meu próprio orgulho para dar chance ao amor que crescia entre nós. Tanto que, se me arrependi, nunca tive coragem de pedir perdão. 
Hoje você anda por caminhos que só te levam pra longe de mim, porque eu, eu mesma peguei sua mão e te levei pra esse caminho achando que estava me protegendo, me guardando de sentimentos que não suportaria sentir. Você simplesmente obedeceu.
Anoiteceu e ainda estou aqui, sufocada em lembranças e passados que permanecem vivos como se fossem flores mal regadas que insistem em crescer. E tão logo murcham.
Volto a esconder meu livro, lembrar você ultimamente não anda me fazendo bem. Um dia, quem sabe, eu possa te olhar novamente nos olhos e sorrir como antes.

01 novembro, 2012


"Hoje eu acordei com uma vontade enorme de olhar no fundo dos seus olhos
E te pedir perdão
Por tudo que eu falei sobre o amor, sobre nós dois ou sobre o mundo
Às vezes eu perco a razão
É que eu não reparei quando você me protegia em silêncio
E eu não soube expressar o meu carinho o meu amor em palavras de novela
Mas quando a gente cresce, a gente aprende a dar valor a quem está perto."♪ 
(Detonautas)